Fórmula para fraudar leite no Sul era vendida a R$ 10 mil, diz Promotoria

Marjuliê Martini/Ministério Público do Rio Grande do Sul

Total de leite adulterado movimentado pelo grupo, no período de um ano, chegou a 100 milhões de litros(Marjuliê Martini/Ministério Público do Rio Grande do Sul)

O MPE (Ministério Público Estadual), no Rio Grande do Sul, flagrou em escutas telefônicas durante a Operação Leite Compensado, que detectou atravessadores que fraudavam cargas de leite cru para obter mais lucro, conversas que indicam que a fórmula química para a adulteração era comercializada a R$ 10 mil.
Além disso, um informante dos promotores retirou de uma propriedade na qual o produto era “batizado” um recipiente com ureia e instruções para a mistura escritas no rótulo. Mesmo assim, o MPE informou acreditar que as empresas operavam independentemente.

Para cada 9 litros de leite, o fraudador misturava um litro de água e adicionava 10 gramas de ureia industrializada, que mascarava a dissolução. Essa substância continha formol, produto cancerígeno, que o MPE informou estimar ter contaminado 100 milhões de litros de leite em um ano.

 

Conforme uma fonte do MPE, caso os fraudadores tivessem optado pela ureia sem formol, mais cara, teria sido ainda mais difícil desmascarar o golpe.
Cinco empresas de transporte de leite entre o produtor e a indústria adulteraram o produto cru, de acordo com o MP. O golpe foi descoberto depois que os promotores receberem denúncias de que uma substância ainda não identificada estava sendo usada para fraudar o leite. Um levantamento foi solicitado para a Receita Federal, que apurou que os empresários estavam comprando uma grande quantidade de ureia.
Os locais em que a carga deleite era adulterada não possuíam as mínimas condições de higiene. Gado e porcos tinham acesso aos poços artesianos de onde a água era retirada para a fraude.

Operação

Na Operação Leite Compensado, foram cumpridos dez mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Ibirubá, Guaporé e Horizontina.
Fonte: Uol Notícias