Brasil e países em desenvolvimento manterão domínio do setor agrícola por mais 10 anos

Segundo a FAO, até 2022 eles serão responsáveis por 80% do crescimento da produção de carne e a maior parte do crescimento do comércio no setor. Brasil manterá domínio na exportação de açúcar por pelo menos 10 anos. Produção agrícola mundial crescerá em ritmo mais lento no período.

Foto: Elza Fiuza/ABr

A produção agrícola mundial deverá crescer em média 1,5% ao ano ao longo da próxima década, em comparação com o crescimento anual de 2,1% entre 2003 e 2012. É o que aponta um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (6) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A pequena expansão de terras agrícolas, o aumento dos custos de produção, a crescente escassez de recursos e o aumento das pressões ambientais são os principais fatores por trás dessa tendência. No entanto, o relatório defende que a oferta de produtos agrícolas deve acompanhar o ritmo da demanda global.

“A América Latina, especialmente o Brasil, continua sendo um importante centro da produção agrícola e espera-se que, junto com o leste europeu, seja um dos principais provedores de mercados agrícolas na próxima década”, disse Mario Mengarelli, representante regional da FAO para o tema.

De acordo com o relatório “Perspectivas sobre a Agricultura da OCDE-FAO para 2013-2022″, em 2022 o Brasil continuará sendo o maior exportador de açúcar, com 50,7% do setor; de aves, com 33%; e de carnes bovinas, com 17,3% da exportação mundial.

Os especialistas apontam que a agricultura tornou-se um setor cada vez mais orientado pelo mercado e não pelas políticas, como era no passado, oferecendo aos países em desenvolvimento oportunidades de investimentos e benefícios econômicos devido a sua crescente demanda por alimentos, para além do possível aumento da produção e das vantagens comparativas em muitos mercados mundiais.

Espera-se que os países em desenvolvimento cubram 80% do crescimento da produção mundial de carne e fiquem com a maior parte do crescimento do comércio ao longo dos próximos 10 anos. A maioria das exportações mundiais de cereais, arroz, sementes oleaginosas, óleos vegetais, açúcar, carne bovina, frango e peixe serão deste grupo de países em 2022.

O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, afirmou que os elevados preços dos alimentos constituem um incentivo para o aumento da produção.

“Temos de fazer o nosso melhor para garantir que os agricultores pobres se beneficiem deles. Não nos esqueçamos que 70% da população mundial em situação de insegurança alimentar vive nas áreas rurais de países em desenvolvimento e que, na sua maioria, são pequenos agricultores que praticam uma agricultura de subsistência”, disse Graziano.

Acesse a base de dados clicando aqui.

Fonte: ONU Brasil