Ainda tem gente à toa.

A famigerada vinda do papa ao nosso país tem dado o que falar já há um bom tempo.   Ainda mais nessa ocasião tão intrincada onde as ruas pululam de protestos e há tensões por diversos setores da nação.

 É normal esperar que qualquer visita eminente vinda do exterior poderia gerar alguma reação singular numa conjuntura dessas.

 Portanto seria perda de tempo dizer que o pontífice, além de representar o primado de Pedro na Igreja Católica, também é chefe de Estado e faz parte do protocolo de qualquer nação mobilizar um esquema de segurança para receber ele com sua comitiva, como ocorreu por exemplo na vinda de Barack Obama ao Brasil em março de 2011, visita essa que foi tão dispendiosa quanto à do papa, mas que não teve nenhum impacto no turismo como esta, que representará verdadeiramente um investimento, dado o vultuoso retorno em turismo e vendas que acarretará.

 Mas estes são argumentos que serviriam para debater com algum líder de protestos mal informado, ou algum anarquista de plantão ou senão um cristão não-católico de alguma denominação fundamentalista – mas estes não são o objeto desta crítica!

 Em meio à esses grupos há pessoas que defendem idéias diferentes, e que aproveitam estes levantes da população inculta para disseminar seus argumentos: os ativistas ateus.

 Eles estão presentes nas letras das “músicas” que arrebanham multidões de jovens, nos programas de televisão que promovem e endossam a prostituição, a violência e os vícios, nos diversos atos imorais que se tornam visíveis à todos pelos meios modernos de comunicação.

 Essas pessoas pregam um mundo livre e despreocupado, com prazeres fúteis e egoístas. Relações superficiais que geralmente visam o sexo sem reciprocidade nenhuma: cada um busca apenas o gozo no sexo do outro, reduzindo a atividade sexual numa legítima masturbação co-participada.

 Para esse grupo, a própria existência se resume e define na “quantidade de prazer” que se pode retirar dela, não importando em nada o outro, mas apenas a sí mesmo.

 Pregam ainda que as religiões são formas de escravidão que devem ser combatidas, apesar de os valores cristãos apontarem sempre para o próximo, valorizando a alteridade e viabilizando a vida em sociedade.

 Dizem também que o homem pode viver bem moralmente sem o auxílio de religião, apesar de a religião refletir a nossa própria estrutura psíquica, isto é: é mediadora das nossas vontades desajustadas e dos nossos impulsos mais nobres, tornando-nos seres moralmente equilibrados.

 Quem crê que os homens podem viver sem Deus são do mesmo tipo dos que creem na Ditadura do proletariado como politicamente viável: uma perfeição no papel, mas que não se ajusta na tendência corrupta dos homens. Estes não podem viver sem cabresto.

 A liberdade só é plena quando não se é escravo dos vícios, para tal é preciso ser “escravo” do próximo: sentir o que ele sente, desejar seu progresso, dar-lhe mais do que pede.

 Estes valores são a base do cristianismo, são na verdade o maior avanço antropológico da História: estabeleceram bases para o convívio dos homens e os projetou numa direção de glória.

 Hoje, porém, em meio à um turbilhão de problemas nesse país castigado pela má administração, onde morre-se de fome na seca, morre-se à bala nas ruas, onde estupra-se e mata-se indiscriminadamente sem motivos senão pura crueldade, onde o cidadão é tratado pelo governo como apenas um “pagador de imposto”descartável e substituível, há quem ache importante lutar contra a vinda do papa, contra a religião católica… contra a própria existência de Deus.

 Haja gente à toa.

Por: Rafael Marçola